Na quarta-feira passada (13), foi efetuado registro de ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de São Luiz Gonzaga (DPPA), em que J.C.S.S., residente no Rincão dos Muller, interior de Mato Queimado, noticiou ter sido vítima de estelionato. No caso, ele havia anunciado para venda um torno de bancada, ao valor de R$ 10.200,00. Um interessado, de Caxias do Sul, propôs pagamento à vista, no valor de R$10.250,00, desde que o torno fosse entregue naquela cidade serrana.
Utilizando do WhatsApp, o suposto comprador enviou um recibo de TED, cujo valor foi confirmado pela Sicredi na conta da vítima, havendo a entrega do torno a um casal enviado pelo estelionatário. Ocorre que, ao tentar sacar parte do valor, o depósito antes verificado, não estava disponível na conta. Foi aí que ele constatou ter sido vítima de um golpe, o golpe do envelope.
Quando o fato chegou ao conhecimento da Delegacia de Polícia de Caibaté, para onde fora remetida a ocorrência, iniciaram as investigações. Anúncio de torno idêntico ao da vítima, anunciado em sites de venda na internet, chamou a atenção dos investigadores. A partir de então, os policiais passaram a monitorar o anúncio e foi até simulada uma negociação, na qual os criminosos acreditaram.
Foi combinado local de entrega do aparelho na cidade de Caxias do Sul. Chegando ao local tratado, após breve conversa, foi revelada a surpresa aos estelionatários: policiais da DRACO – Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, de Caxias do Sul, coordenados pelo delegado Adriano Linhares, surpreenderam os delinquentes, efetuando a prisão em flagrante de quatro indivíduos pelo delito de receptação e recuperando o torno, que foi apreendido, ficando à disposição da vítima para reconhecimento e restituição.
Toda a operação foi coordenada a cerca de 500 km de distância, via WhatsApp, Messenger e ligações telefônicas, por policiais da delegacia de Caibaté, coordenados pelo Delegado Heleno dos Santos, sem o que não haveria a possibilidade de se recuperar o objeto e prender os autores do delito.
Segundo o delegado Heleno, esse tipo de crime, envolvendo as ferramentas virtuais como Whatsapp, Messenger, sites de vendas, tem aumentado vertiginosamente, exigindo cuidado redobrado, tanto de quem compra quanto de quem vende veículos ou qualquer objeto utilizando plataformas virtuais. Deve-se desconfiar de pagamentos feitos por intermédio de bancos, quando os criminosos simulam recibos bancários e a transação efetivamente não é realizada. Deve se desconfiar também quando se exige que o pagamento deva ser realizado para uma conta em Estado diverso, que não o Rio Grande do Sul, em especial, do Mato Grosso e Goiás, onde tem se constatado estarem domiciliados a maioria dos estelionatários que atuam no Rio Grande do Sul. Deve-se, principalmente, desconfiar de ofertas vantajosas, haja vista que o crime de estelionato normalmente se consuma quando a vítima, falsamente, enxerga uma oportunidade de ganhar dinheiro fácil, se tornando uma presa potencial dos estelionatários.
Postado por Paulo Marques