Um a um, sob aplausos, os caixões com os corpos das vítimas do ataque à Escola Estadual Raul Brasil deixaram, na tarde desta quinta-feira (14), a Arena Suzano, no Parque Municipal Max Feffer, e chegaram ao Cemitério São Sebastião, em Suzano, região metropolitana de São Paulo. Além de parentes e amigos, a população de Suzano compareceu em peso para prestar as últimas homenagens às vítimas da tragédia.
Na quarta-feira (13) de manhã dois atiradores invadiram a escola e atacaram alunos e professores a tiros e golpes de machadinha. Oito pessoas morreram, incluindo o tio de um dos atiradores, atingido antes do ataque à escola, e 11 ficaram feridas. Os dois atiradores também morreram.
No cemitério, a capela ficou pequena para a multidão que acompanhou cada um dos cinco sepultamentos realizados ao logo da tarde, sob chuva fina. Nos corredores entre os túmulos, foram espalhadas as coroas de flores que enfeitaram o velório, enviadas por empresas, sindicatos, parentes e amigos. Uma demonstração de que o crime atingiu a cidade como um todo.
Na hora de descer os caixões, mais aplausos. O grande número de jovens e adolescentes que acompanharam os enterros denunciava a pouca idade dos estudantes mortos. Quatro deles tinham entre 15 e 17 anos – os estudantes Caio Oliveira (15), Claiton Antonio Ribeiro (17), Kaio Lucas Costa Limeira (15) e Samuel Melquiades (16). A mais velha era a professora Eliana Regina de Oliveira Xavier, de 38 anos.
Apesar de ter sido velado junto com os demais, o corpo da coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezo, de 59 anos, será enterrada somente amanhã (14), porque a família aguarda a chegada de um filho que está no exterior.
Por motivos religiosos, o velório do estudante Douglas Murilo Celestino, foi velado em uma igreja da Assembleia de Deus frequentada pela família.
Jorge Antonio de Moraes, de 51 anos, dono de uma locadora de carros e tio de um dos atiradores, também teve velório e sepultamento em cerimônia separada.