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Agricultura

Aberta oficialmente a colheita da soja no Brasil

Aberta oficialmente a colheita da soja no Brasil
Ministério da Agricultura
  • 25/01/2019 - 12:45
Aberta oficialmente nesta quinta-feira em Apucarana no Paraná, em colheita simbólica realizada com presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a atual safra de soja tem cenários muito diferentes no País. Como a estiagem afetou com certa força duas grandes regiões produtoras (Mato Grosso do Sul e Paraná), especialistas já afirmam que apesar da área plantada maior, a safra atual não deverá superar a do ciclo 2018/2019, como se chegou a esperar. 
"É fundamental que as projeções feitas hoje, de quebra na safra, sejam tratadas como números preliminares. Em algumas regiões as perdas já estancaram, em outras estão consolidadas e boa parte ainda tem muito tempo pela frente. Ou seja, ainda pode mudar muita coisa", ressalta Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio. 
O analisa de mercado explica que inicialmente havia uma estimativa nacional de que o Brasil colheria 123 milhões de toneladas da oleaginosa na primeira projeção de safra, feita em outubro. Hoje, preliminarmente, Cogo diz trabalhar com 116,3 milhões de toneladas, ou seja, uma redução de 5,9% em relação a primeira estimativa. 
As maiores perdas pela estiagem, de acordo com analista, ocorreram no Mato Grosso do Sul, de 11%, e na região de Dourados, a principal área produtora do estado. Como houve aumento de área cultivada, a perda, no volume total, porém, deverá ser menor. Além disso, há 1% de quebra no Mato Grosso e 8% no Paraná. E começa a ocorrer sinais de estiagem afetando a região do Matopiba, como no Piauí e Bahia, por exemplo. No Rio Grande do Sul devemos ter uma perda, preliminarmente, de 2,9%, opina Cogo. 
De acordo com a Emater-RS, a semana de umidade e temperaturas elevadas contribuiu para o bom desenvolvimento da soja, que atinge 23% das lavouras em enchimento de grãos, 45% em floração e 32% em desenvolvimento vegetativo. Já nos locais onde as precipitações foram intensas, como nas regiões Sul, Campanha e Fronteira-Oeste, o grande volume de chuvas nas últimas semanas afetou as lavouras localizadas em várzeas e em locais próximos aos cursos de água, onde o solo ficou encharcado por muitos dias, comprometendo a produção e a produtividade nesta safra. 
Para Elmar Konrad, vice-presidente da Farsul, o Rio Grande do Sul tem um ano totalmente atípico e de difícil mensuração de como será o resultado final da produção gaúcha. Muito produtor precisou fazer o replantio entre o final de setembro e final de dezembro devido ao excesso de chuva na região Norte. Ainda que em quantidades menores do que na Metade Sul, a água também causou alguns danos na Metade Norte porque a chuva ocorreu acima da média em novembro, período onde a maioria dos produtores cultiva a terra. Como nesse período a soja recém está emergindo, o excesso de umidade aliado ao calor aumenta a presença de fungos. 
"Em muitos casos há produtores com manchas vazias na lavoura porque perdeu parte da produção e não deu mais tempo de replantar. Mas ainda temos 60 dias pela frente até a colheita e tudo ainda pode mudar. No Rio Grande do Sul há lavouras com soja em desenvolvimento até o início de maio " alerta Konrad, que precisou replantar cerca de 15% da área cultivada em Ibirubá, onde preside o sindicato rural. 
As perdas nacionais, porém, ainda não impactaram nos preços do grão, mas ainda poderá ocorrer. "Com a paralisação de parte dos serviços nos EUA o Departamento de Agricultura do país não divulgou suas projeções mundiais e é esse relatório que baliza boa parte dos preços internacionais. Com a redução no Brasil, pode haver certa alta nos preços pela redução da oferta." Como os preços chegaram ao fundo poço, ainda mais com o dólar recuando, é possível que os prêmios pagos nos portos pela soja aumentem. 
O viés é altista para os preços. E hoje, no mercado de compra e venda entre cooperativas, grandes produtores e empresas, os valore estão um pouco melhores do que no mesmo período do ano passado. Alcança R$ 78,00 a saca no porto de Rio Grande (RS), R$ 76,50 em Paranaguá (PR) e R$ 75,00 no Interior do Rio Grande do Sul", enumera o analista da Cogo Inteligência em Agronegócio. 
O encerramento oficial da colheita da soja no Brasil neste ano será realizado na Expofeira de Três de Maio.
 
Fonte: Reda