O menino de 10 anos que foi esfaqueado dentro de casa em Santiago morreu na manhã deste sábado (19). A criança estava internada no Hospital São Vicente de Paula, em Passo Fundo, desde sexta-feira (18), quando houve o crime. Ele foi atingido por diversas facadas, que perfuraram o pulmão.
O caso aconteceu por volta das 3h30min de sexta, quando um adolescente infrator de 17 anos invadiu a casa da vítima, no bairro Nei Pereira. A porta da residência não estava chaveada. O jovem foi até o quarto da criança, que estava dormindo, a imobilizou e desferiu os golpes.
— Ao que tudo indica, o crime teria sido uma retaliação. Até porque nada foi subtraído de dentro da casa. O que se sabe, ao ouvir a mãe da vítima, ele (adolescente infrator) já teria cometido furtos dentro da residência em outros momentos. E ela (mãe da criança) já teria dito ao adolescente, ao vê-lo na rua, que ele não praticasse mais crimes na casa, porque ele seria denunciado para polícia. A ação desse adolescente, de extrema crueldade, indica que tudo tenha sido uma retaliação — explicou o delegado Guilherme Milan Antunes.
Na madrugada do crime, um familiar estava na casa cuidando do menino, já que a mãe trabalha à noite. O parente ouviu os gritos da criança, que levava as mãos contra o corpo ferido. O familiar saiu para pedir ajuda e viu o adolescente, suspeito do crime, correndo na rua.
O delegado acredita que, mesmo antes de entrar na casa para matar a criança, o adolescente infrator tenha invadido a residência por uma janela que estava aberta e tenha quebrado as patas do cachorro da família.
— Obviamente que tudo está sendo apurado e buscamos mais detalhes, mas os indícios apontam que ele tenha premeditado o crime — avalia Milan.
À polícia, o suspeito negou que tenha matado a criança. Mas o depoimento, segundo o delegado, foi contraditório. Ele tem um longo histórico de agressividade e, inclusive, contra a avó, com quem ele mora.
O Ministério Público encaminhou, a pedido do delegado, o adolescente para o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Santo Ângelo.
Os nomes dos envolvidos não estão sendo divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).