Entre 1º e 19 de dezembro, a Polícia Civil realizou, em média, 14 operações por dia. Segundo os agentes, foi um dos meses com o maior número de ações especiais dos últimos anos. Ao todo, foram 295 trabalhos que mobilizaram centenas de agentes e que resultaram na prisão de 528 suspeitos. Mas parte da categoria ficou descontente com as medidas, questionando a efetividade e sobrecarga de trabalho.
Os dados da própria instituição também revelam que o grande número de operações policiais apreenderam 26 adolescentes, recuperaram 24 carros roubados e recolheram 58 armas. Houve ainda a apreensão de mais de uma tonelada de alimentos sem procedência ou impróprios para o consumo humano e de 50 quilos de drogas (12 quilos de cocaína e 42 de maconha, além de crack e ecstasy). O chefe de Polícia, delegado Emerson Wendt, diz que dezembro foi atípico porque concentrou grande número de ações que faziam parte de um processo contínuo adotado nos últimos anos.
— Foram meses de planejamento e dezembro foi assim em razão dos meses anteriores. Foram várias ações planejadas e pensadas e que precisavam ser executadas — ressalta Wendt.
Para ele, foi importante deixar esse legado de melhoria nas operações policiais. Elas começaram a se intensificar já a partir de novembro, após o período eleitoral, tanto é que em setembro e outubro os números foram bem inferiores a dezembro.
Sindicato critica sobrecarga de trabalho
Mas a medida que levou vários policiais às ruas no combate aos mais diversos tipos de crimes também foi motivo de reclamações da Ugeirm - sindicato dos agentes -, sobre riscos para o efetivo e sobrecarga de trabalho. Segundo Isaac Ortiz, presidente da entidade, a direção defende operações policiais com mais qualidade.
— Tem que parar a massificação das operações, as operações em série para mostrar policial na rua. Elas tem que ter qualidade, resultando em bandido preso pelo maior tempo possível e evitando o trabalho sobrecarregado do agente — destaca Ortiz.
Ele diz ainda que a nova chefia de polícia tem que repensar a questão do grande número de operações, principalmente no que diz respeito à efetividade. Por outro lado, Wendt defende que este trabalho contínuo deve ter prosseguimento no próximo governo e nega que as ações já realizadas foram improdutivas, pelo contrário, afirma que ajudaram a diminuir os índices de criminalidade.
Postado por Paulo Marques