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EXPRESSO 94

com ELISIANE LUDWIG

Polícia

Mulher usa dados de policial para contratar serviços de TV por assinatura em Portão

Mulher usa dados de policial para contratar serviços de TV por assinatura em Portão
Polícia encontrou equipamentos e documentos na casa da mulher suspeita de usar dados de escrivã de polícia para contratar serviços de TV por assinatur
  • 15/06/2018 - 09:37
Uma mulher de 37 anos é investigada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul por utilizar os dados pessoais de uma policial civil para contratar serviços de TV por assinatura. O caso ocorreu na cidade de Portão, a cerca de 46 km de Porto Alegre.
A investigação iniciou em maio, depois que a escrivã solicitou a segunda via de uma conta de sua TV por assinatura. A agente foi informada pela empresa de que havia outra conta em seu nome, em um endereço diferente.
"Eu estranhei, é claro. Cancelei o serviço com a operadora e fui investigar como isso poderia ter acontecido", conta a policial, que prefere não ser identificada, ao G1.
A agente descobriu que havia sido alvo de um golpe. A mulher que contratou o serviço usando os dados da policial havia sido presa por furto de uma farmácia, em janeiro deste ano. O boletim de ocorrência do fato foi registrado pela própria escrivã.
"Quando a gente faz uma ocorrência, vai os dados do policial como comunicante dos fatos. Ela teve acesso a uma cópia desse documento", explica a policial.
Com o nome completo da escrivã em mãos, ela conseguiu descobrir dados como CPF, RG e nomes do pai e da mãe. "Isso mostra também uma falha das operadoras de comunicação em firmar esses contratos", pontua.
Como se não bastasse uma fraude, a agente descobriu uma segunda. A mesma mulher contratou o serviço de TV a cabo de outra operadora um mês depois. O fato foi denunciado pelo proprietário da casa onde a investigada morava.
"Ele me apresentou o boleto com o meu nome e eu percebi que era aquela mesma mulher dando outro golpe", indigna-se a escrivão. "Acho que ela foi muito corajosa, em fazer duas vezes. E ainda usar os dados de uma policial".
Os casos viraram dois inquéritos. Segundo o responsável pelas investigações, delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa da suspeita. Na residência foram apreendidos objetos relacionados a estes delitos, como receptores de TV a cabo, controle e antenas, além de várias anotações sobre os dados da policial civil.
"Certamente a indiciaremos por estelionato e falsidade ideológica. São dois inquéritos distintos, mas já se materializou os dois delitos", sustentou o delegado.
A escrivã diz que espera justiça. "Ela deve responder em liberdade, já que não houve flagrante, mas vai responder. Eu não quero nada mais que seja feita justiça".
Postado por Paulo Marques
Fonte: G 1