Um familiar de uma pessoa hospitalizada recebe um telefonema. Do outro lado da linha, alguém, se dizendo médico, solicita um depósito ou uma transferência bancária de determinada quantia para uma conta, alegando que o paciente precisa ser submetido a um exame de urgência.
O golpe não é novo, mas voltou a ser utilizado com muita frequência durante o mês de janeiro na Capital. Os casos, segundo o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa), ficaram apenas em tentativas, pois as vítimas em potencial não realizaram as operações bancárias, preferindo confirmar a veracidade da cobrança com as instituições.
Ainda sim, por precaução, o Sindihospa e alguns dos principais hospitais de Porto Alegre têm emitido alertas com orientações de precauções que devem ser tomadas por pacientes, familiares e funcionários das instituições para que evitar que golpistas obtenham sucesso.
— Aparentemente, o golpista ou os golpistas fazem investidas e, quando o assunto começa a ser muito comentado, inclusive na mídia, dão um tempo até que, aparentemente, o tema seja esquecido. Aí, voltam a carga. E é o que parece estar ocorrendo — comenta o coordenador do Comitê de Segurança Patrimonial do Sindihospa, Ademir Rama.
Em muitos telefonemas, os golpistas, além de se identificaram como médico, se apresentaram com o nome fictício de Bruno César Araújo. Além disso, as ligações são feitas com DDDs de outros Estados.
Como os casos têm ficado apenas em tentativas, os familiares contatados não têm feito registro em delegacias de polícia. Por isso, o sindicato não tem estimativa de quantas pessoas foram contatadas pelos golpistas. No entanto, o Sindihospa destaca que a realização de ocorrências são importantes para investigações. Já os funcionários das instituições estão sendo orientados a não repassarem informações de pacientes por telefone.
FIQUE ATENTO
— Os hospitais não entram em contato com familiares de pacientes internados solicitando que façam depósitos ou transferência bancária para a realização de exames.
— Esses custos, quando ocorrem, são pagos no caixa do hospital e presencialmente, com nota de prestação de serviço.
— É comum o golpista apresentar todos os dados do paciente hospitalizado, como nome, doença, plano de saúde.
— Muitos telefones dos golpistas são de DDDs de outros Estados.
— Se for alvo de tentativa de golpe, contate imediatamente o hospital: a instituição pode reforçar as medidas de segurança para evitar que outras pessoas caiam no mesmo golpe.
— Nunca forneça seus dados ou dos pacientes para desconhecidos, que não sejam funcionários identificados do hospital.
— Se, apesar de todos os alertas, você caiu no golpe e transferiu dinheiro, procure imediatamente uma delegacia para fazer boletim de ocorrência e prestar informações que ajudem nas investigações.
Postado por Paulo Marques