Brasileiros de 10 Estados e do Distrito Federal deverão adiantar os relógios em uma hora neste domingo (15). A mudança permanece até o dia 17 de fevereiro, quando termina o horário de verão.
Neste ano, estudos realizados pelo Ministério de Minas e Energia apontaram que a adoção da hora adiantada na época mais quente do ano não resulta mais em economia de energia, e que não há relação direta com a redução de consumo e demanda. Essa questão levou o governo a discutir o cancelamento do horário de verão neste ano, mas a falta de tempo hábil para fazer uma consulta à população sobre o assunto adiou a decisão.
De acordo com autoridades do setor elétrico, a manutenção do horário de verão é considerada uma "questão cultural". Isso se deve principalmente à popularização dos aparelhos de ar-condicionado, já que os relatórios apontam que a temperatura é o que mais influencia os hábitos do consumidor, e não a incidência da luz durante o dia. Segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o pico de demanda atualmente ocorre no início da tarde, entre 14h e 15h, quando a temperatura está mais alta.
No passado, o horário de maior consumo de energia era registrado entre 17h e 20h, quando os trabalhadores retornavam para casa e tomavam banho. Para dar mais folga e segurança ao sistema, adiantar os relógios em uma hora permitia, por exemplo, atrasar o acionamento da iluminação pública nas ruas – o que reduz custos do sistema elétrico. A economia de energia nesse horário ainda ocorre atualmente, mas é menor do que o aumento do consumo verificado durante as madrugadas por causa do uso do ar-condicionado entre meia-noite e 7h.
No ano passado, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, o horário de verão durou 126 dias e gerou uma economia de R$ 159,5 milhões ao sistema, ao reduzir o acionamento de usinas termoelétricas. No entanto, o custo é considerado irrelevante para o setor. O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, disse que, para o governo, a aplicação do horário de verão se aproxima da neutralidade. Em contrapartida, ele afirma que, para a sociedade, para o trânsito e para a vida das pessoas, a impressão é de que a alteração traz mais benefícios.