Como discípulos missionários de Jesus somos cooperadores na missão de Deus. A disponibilidade e a generosidade do nosso “sim”, na consagração religiosa e na ordenação, conduzem-nos por caminhos que não escolhemos. É Deus quem escolhe, nós confirmamos.
Cheguei em Brasília (DF) para colaborar na Equipe das Pontifícias Obras Missionárias (POM), no dia 9 de agosto de 2012. Após cinco anos servindo como secretário nacional da Pontifícia União Missionária e assessor de comunicação, no dia 10 de setembro de 2017 viajei a Roma, para assumir nova missão como Conselheiro Geral do Instituto Missões Consolata (IMC). Nos próximos seis anos, deverei acompanhar os trabalhos dos missionários da Consolata no Continente americano.
Na perspectiva da fé, posso afirmar que, no mês de junho deste ano, Deus me falou por meio de diversos acontecimentos.
Neles reencontrei as raízes da família, da Igreja e da minha Congregação.
1. Estive na Itália onde participei do XIII Capitulo Geral dos missionários da Consolata. Visitei Aviano, na Província de Pordenone, cidade natal do meu avô, Costante Patias. Rezei missa junto à pia batismal onde ele e outros parentes que imigraram para o Brasil foram batizados. Foi um reencontro com as origens da família.
2. No dia 5 de junho, com vários colegas missionários e missionárias da Consolata, (120) tive a graça de apertar a mão do Papa Francisco e receber sua bênção. No centro da fé católica, reencontrei as origens da Igreja.
3. O Capítulo Geral (Assembleia) é um tempo forte para reencontrar as origens da Congregação, o carisma e identidade que para nós é a missão ad gentes. Foi nesse ambiente multicultural e internacional que, no dia 13 de junho, fui eleito Conselheiro Geral do IMC. A posse ocorreu no dia seguinte e à noite regressei antecipadamente ao Brasil para acompanhar o meu pai, Arlindo em sua passagem para a eternidade. Partiu no dia 22, rodeado dos nove filhos, mistérios de Deus! A ele e à mamãe Maria, que nos deixou em 27 de outubro de 2012, a minha gratidão pela vida, humana e divina. Sou grato também aos meus irmãos e irmãs pelo carinho.
Sou de Esquina Buriti, no interior de Tuparendi (RS). Conduzido por Deus, nestes 24 anos de padre não me faltaram oportunidades e opções na missão. No Brasil, em meus estudos e formação; na Colômbia (Noviciado); depois na Inglaterra (estudos de teologia); em Moçambique (1994-2001) na missão, formação e ensino. De volta ao Brasil, em São Paulo, por dez anos, na comunicação com a revista Missões, na animação missionária e direção da Congregação.
Nas POM em Brasília, foram cinco anos intensos colaborando na formação, animação missionária, produção de subsídios e comunicação. Tive a oportunidade de estar em vários regionais e dioceses, participei de mais de 200 eventos, alguns deles no exterior e encontrei inúmeras pessoas apaixonadas pela missão. Foi um tempo de graça, lutas e aprendizado. Por tudo, Deus seja louvado!
Pelas falhas, peço perdão na certeza de que o maior desafio da missão é a minha própria conversão. Movido pela paixão por Cristo e pela humanidade, diante dos novos desafios, peço ao Senhor a capacidade de continuar a ser um semeador que ame o chão da missão e que nunca se canse de espelhar a Boa Semente! “Tudo com missão, nada sem missão”.
Postado por Paulo Marques