Caminhoneiros protestam contra aumento de impostos sobre combustíveis

Os caminhoneiros já começaram a fechar hoje algumas das principais rodovias do País contra o aumento do PIS/Cofins sobre o óleo diesel anunciado há pouco mais de uma semana pelo governo federal. O movimento está sendo organizado nas redes sociais e em grupos de WhatsApp.

Conforme o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí e um dos líderes do movimento na Região Noroeste, Carlos Alberto Litti Dahmer, o entroncamento da BR-285 (Entre-Ijuís-Ijuí-Panambi) com a RS-342 (Ijuí-Cruz Alta) está totalmente bloqueado. A passagem é liberada para carros, ônibus e ambulâncias. Ele afirma que a categoria está indignada com o aumento dos impostos sobre o óleo diesel, que representou R$ 0,46 por litro: “Pedimos aos transportadores para aderir ao movimento porque não tem mais como trabalhar nas atuais condições”.

Além disso, Dahner, explica que não é possível repassar a elevação de R$ 0,24 no óleo diesel para o consumidor final. “A cada mil litros são R$ 240 a mais. Não temos como repassar todo esse valor para a população aumentando o frete, é muito elevado”, considera.

Além de Ijuí, também há pontos de paralisação de caminhoneiros em São Luiz Gonzaga, Santa Rosa e Palmeira das Missões e a manifestação deverá ser estendida para mais cidades da região. 

Além do aumento dos impostos sobre os combustíveis, o protesto também é contra a redução dos investimentos na melhoria das estradas. Com a delicada situação fiscal do País, o governo fez um corte radical nos investimentos, especialmente da área de infraestrutura. Dos R$ 36,1 bilhões previstos na Lei Orçamentária para este ano no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apenas R$ 19,7 bilhões estão disponíveis. A redução total, após dois sucessivos bloqueios, chega a 45,4%.

O setor de transportes perdeu R$ 1,1 bilhão, só no último corte. Para os caminhoneiros, a redução dos investimentos aumenta a insegurança nas estradas, já que a manutenção é reduzida, ou praticamente eliminada por falta de verba. Outra reclamação envolve a segurança pública nas rodovias, que também teria piorado.